Como liderar equipes de Facilities com diferentes gerações (X, Y, Z) e extrair o melhor de cada uma – Por Lamberto Grinover

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Liderar equipes de Facilities sempre exigiu jogo de cintura, mas nos últimos anos, um novo desafio se tornou cada vez mais evidente: a convivência entre diferentes gerações dentro da mesma operação.

Hoje, não é raro encontrar técnicos da Geração X, gestores da Geração Y (os millennials) e jovens da Geração Z trabalhando lado a lado — com rotinas, metas e pressões iguais.

Mas o que motiva, engaja e mobiliza cada um deles? Certamente não é a mesma coisa.

 

Ignorar essas diferenças gera ruído, queda de produtividade e desengajamento.

Liderar bem, nesse novo cenário, exige consciência geracional e inteligência relacional.

E no Facilities, onde o dia a dia é pressão pura, isso é mais do que desejável — é necessário.

 

Entendendo os perfis: o ponto de partida para uma liderança mais eficaz

Pesquisas da Deloitte, McKinsey e do World Economic Forum já apontaram:

equipes multigeracionais são mais criativas, adaptáveis e inovadoras — desde que bem lideradas.

Mas para extrair o melhor de cada geração, é preciso conhecer suas características principais.

 

Geração X (nascidos entre 1965 e 1980)

  • Valorizam estabilidade, experiência e autonomia
  • São mais reservados e práticos
  • Aprenderam a lidar com a escassez e têm resiliência operacional
  • Preferem lideranças diretas e ambientes com menos mudanças bruscas

 

Geração Y – Millennials (1981 a 1996)

 

  • Buscam propósito e equilíbrio
  • São digitais, mas ainda com base analógica
  • Precisam de feedback constante
  • Valorizam cultura, ambiente colaborativo e desenvolvimento contínuo

 

Geração Z (1997 em diante)

  • Nativos digitais e imediatistas
  • Esperam agilidade, transparência e autonomia desde o primeiro dia
  • Têm baixa tolerância à burocracia
  • São multitarefa, mas muitas vezes carecem de profundidade técnica

 

Como tudo isso se encontra no chão da operação

 

No setor de FM e PM o desafio é ainda mais crítico.

Você pode ter um técnico da Geração X que domina os bastidores do sistema predial, um jovem da Geração Z atuando na inspeção de sensores com aplicativo em tempo real, e um gestor millennial tentando criar cultura de dados com uma equipe que ainda funciona no caderno.

Sem consciência da diferença de repertório, ritmo e expectativa, a liderança entra em modo de atrito.

 

O resultado?

  • Time desunido
  • Falhas de comunicação
  • Reações negativas a mudanças
  • Desperdício de talentos (e potencial)

 

O que funciona na prática: estratégias reais de integração entre gerações

Ao longo da minha jornada em FM e PM, e trabalhando com grandes empresas e equipes operacionais diversas, alguns aprendizados se repetem:

  1. Evite o erro da liderança única

O que engaja um colaborador da Geração Z pode desmotivar alguém da Geração X.

Liderança eficaz hoje é adaptável. Você precisa ajustar a forma sem perder o foco no objetivo.

“A boa liderança é como um técnico que muda a tática sem mudar o propósito.”

  1. Use a complementaridade a seu favor

Não coloque gerações em confronto.

Coloque-as para se complementar.

Um colaborador experiente pode ensinar consistência e padrão; um mais jovem pode trazer agilidade e inovação.

Crie duplas de trabalho com perfis distintos. Os resultados são surpreendentes.

  1. Comunicação clara e contextualizada

Seja objetivo com a Geração X, colaborativo com a Y e visual com a Z.

Não é “mimar”, é entregar a mensagem de forma que ela seja absorvida.

  1. Tecnologia é ferramenta, não barreira

Você não precisa transformar todos os profissionais em programadores.

Mas precisa garantir que todos entendam o propósito das ferramentas e sintam segurança para usá-las.

  1. Invista em cultura de reconhecimento transversal

Não reconheça só quem entrega rápido — reconheça também quem ensina, sustenta e organiza.

Cada geração brilha de uma forma. Dê visibilidade para isso.

 

Liderar gerações diferentes é mais trabalho? Sim. Mas também é mais resultado.

O erro é tentar padronizar o que precisa ser customizado.

 

Ou tratar as diferenças como problema, e não como fonte de inovação.

Em vez de tentar “enquadrar” a Geração Z ou “modernizar à força” a Geração X, o papel do líder é fazer com que cada perfil atue onde pode entregar mais.

 

No fim das contas, o melhor gestor de Facilities hoje não é o que mais entende de manutenção, operação ou BMS — é o que entende de gente. E sabe como mobilizá-la para a estratégia da empresa.

 

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